Entrevista concedia a Alexandre Bury por Bernardo Pacheco
1 – Fale o que puder sobre as gravações e a produção do “Miranda”.
O Miranda foi uma grande vitória pra gente, pois tínhamos apostado com amigos que conseguiríamos compor e gravar um disco em um fim de semana, e com o dinheiro da aposta pudemos realizar nosso sonho, comprar sobretudos pretos pra passear maquiados na Galeria do Rock de sábado a tarde.
2 – O disco é composto somente por faixas antigas ou existe material recente nele? Aliás, o Are You God? já tem material novo preparado?
Depende. Posso garantir com alguma certeza que nenhuma música do disco foi composta após ele ter sido gravado (precisaria consultar nossos arquivos para uma resposta mais precisa). Quanto a material novo, fique ligado para maiores novidades. Você tá ligado? Ligadão? Que brisa, brother.
3 - Qual a verdadeira intenção por trás daquele encarte “rasgável”?
Que ele fique intacto.
4 – Descreva o processo de composição do AYG?.
Com o salário mensal que recebemos da revista Skreemer, dona da banda, pagamos músicos alemães de talento para fazer e gravar as músicas, dando o nosso toque às composições ao colocarmos nossos nomes e fotos no encarte do disco.
5 – O que inspira as letras de vocês? E a mescla do inglês com o português, tem algum propósito específico?
Nossas letras são profundamente inspiradas pela necessidade ancestral do ser humano, enquanto musico que se expressa pela via oral, que respira com as mãos e suspira com limãos, que não desiste nunca e não tem medo de nada não, de ter o que cantar sem ter o que dizer. Já a mistura de inglês com português segue seus próprios propósitos deliciosamente obscuros, que não ousamos questionar. Hail servos da escuridão.
6 – O disco anterior do grupo, “Neon”, foi mesmo lançado? Qual a verdadeira história deste misterioso álbum?
Lógico que foi lançado, de que outra forma ele seria nosso disco anterior? A história por trás desse misterioso album: seu nome original, antes de chegarmos a Neon, era AzucriNation, mas nosso selo, a Deck (que revelou ao mundo nomes como Krisiun e Sepultura), disse que algumas bandas de renome cujo nome não revelaremos o nome estavam fazendo muita pressão com suas equipes de adevogados para que só existissem duas nações no metal brasileiro. Com o rabo entre as pernas mudamos o nome do disco para homenagear a música “Neon Knights”, que todos achamos bastante ridícula.
7 – A formação do AYG?, apesar da recente saída-retorno do Carlos, se mantém estável há um bom tempo. Existe algum tipo de "segredo" ou "receita" na manutenção da formação do grupo?
Sim, muito cinismo e falsidade. Descobrimos que com um pouco mais de estômago e um saudável desdém por alguns valores humanos básicos, quatro pessoas sem nenhuma afinidade pessoal conseguem passar bastante tempo juntas com um mínimo de escoriações físicas e psicológicas, desde que visando alguma forma de sucesso, por mais medíocre a perspectiva. Não por concidência os mesmos fundamentos que deram a origem a conceitos de sucesso como “cena” e “união”.
8 – Vocês se consideram um grupo grindcore? Sentem-se à vontade ao serem rotulados dessa forma?
Nos sentimos mais à vontade só de meias e guarda chuva na mão numa sala cheia de gente, mas, falando do som mesmo, preferimos ser considerados uma horda de metal oitentista, visto que o oitentismo está em alta.
9 – Existe algum plano do AYG? para o mercado exterior?
Sim. Você tem horas?
10 – Como sei que o AYG? é uma banda com as influencias mais diversas, para encerrar faço a pergunta clássica: o que voces tem escutado ultimamente?
Cinco que ouvi bastante no ultimo mês:
Sidney Miller – Línguas de Fogo
Thinking Fellers Union Local 282 – I Hope it Lands
Tom Zé – Nave Maria
O Inimigo – Todos Contra Um
Vzyadoq Moe – Vzyadoq Moe
Roubado do blog do rodimeu. E Escute o último cd deles aqui.